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A falta de estatística prejudica a segurança na pratica do voo livre.

Quantos incidentes tivemos em 2018? Quantos acidentes? Quantos foram vitimais fatais? Por que aconteceram? Como podemos evita-los?

Não temos a resposta para nenhuma das perguntas anteriores e isso prejudica a evolução do voo livre em diversas áreas, principalmente na redução dos acidentes.


Equipamentos mais seguros X exposição maior ao risco

Os equipamentos estão em constante evolução, possuem controle de qualidade e certificação. Isso demonstra que a cada projeto eles estão mais seguros. Porem a confiança no equipamento gera comportamentos de maior exposição ao risco, foi o que verificamos ao ler alguns relatos de pilotos presentes nos artigos científicos citados no final desta postagem.

A relato de um piloto experiente que diz: "No passado nossos parapentes eram muito instáveis [...] e, por consequência, o piloto médio de parapente tomava mil precauções. A quantidade de acidentes era bastante reduzida, já que poucos pilotos se metiam em condições mais fortes. Pouquíssimos se arriscavam a voar com parapentes mais perigosos.”


Como funciona na aviação

Abaixo uma linha do tempo demonstrando o numero de acidentes aéreos no mundo. No site da Aviation Safety Network (ASN) é possível baixar todos os relatórios dos acidentes aéreos. O relatório final consiste em informações factuais sobre o acidente, uma análise, conclusões (causa provável) e também inclui recomendações de segurança. Desta maneira é possível prevenir outra ocorrência no futuro.

Numero de acidentes aéreos em 2017. Linha do tempo desde 1946 demonstrando a redução no numero de acidentes e de vitimas fatais.

Será que o numero de acidentes vem diminuindo, em quantidade ou/e proporção no Brasil?

Pesquisa realizada com pilotos de Governador Valadares em 2010

"O único objetivo da investigação de um acidente ou incidente é a prevenção de acidentes e incidentes. Não é o propósito de atribuir culpa ou responsabilidade". ASN

Como podemos criar nossa estatística para o voo livre no Brasil?

A CBVL criou em 2016 a Comissão de Investigação e Prevenção de Acidentes (CIPA), porem de lá para cá apenas 2 acidentes e 1 incidente foram relatados.

Não sabemos o motivo da descontinuidade desse importante trabalho, mas sugerimos que ele continue de forma interativa.


Cadastro aberto de incidente no site da CBVL

Pegando o exemplo do site da Aviation Safety Networ (ASN), o piloto ou terceiros podem relatar um acidente ou incidente diretamente no site.

A CBVL poderia criar uma plataforma dentro do seu site com a mesma finalidade. O piloto, terceiros ou testemunhas poderiam descrever o que aconteceu. Caberia à comissão juntar as informações e apresentar o relatório final.

É importante identificar o perfil da ocorrência, com um pré-cadastro do piloto, do equipamento e das condições meteorológicas no momento do ocorrido. Semelhante ao que já existe no formulário da CIPA da CBVL. Um formulário digital permite a criação automática de dados estatísticos.


A informação estatística

A informação gerada pela compilação dos dados permite agir de maneira eficiente na causa dos incidentes/acidentes e consequentemente reduzir o numero deles.



Por,

Eurismar Júnior

Piloto de parapente e asa delta

fb.com/eurismarjr


Fontes:

Diego Luz Moura e Antonio Jorge Gonçalves Soares: OS ACIDENTES NO VOO LIVRE: UMA ANÁLISE DOS MOTIVOS NOS RELATOS DE ATLETAS. PETROLINA - PE E RIO DE JANEIRO - RJ, 2013.


Jairo Antônio da Paixão, Vera Lucia de Menezes Costa, Ronaldo Eugénio Calçada Dias Gabriel,Marizabel Kowalski, Práticas aventureiras e situações de risco no voo livre: uma análise a partir do conceito de redoma sensorial, Rio Claro - SP, 2010.


Aviation Safety Network (ASN) - https://aviation-safety.net/statistics/



Temporada 2019, voo rebocado ou de montanha no nordeste do Brasil. Qual o melhor? Depende do seu objetivo.

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